20 de setembro de 2012

Estou falando de gente morta.
De casais que se definham mutuamente e que acham o processo natural de desenvolvimento do cactus algo encatador.
Estou falando de mortos que gostam da boa companhia de outro morto.
Alguma coisa que ficou pra trás. Algo que se perdeu no caminho ou então, e isso é muito pior, que nunca existiu.
(Porque há essas pessoas que não pensam, que são extremamente burras. Que são levadas ao sabor da maré e que nunca lembram que sim sim, existe opção e não não, optar não é garantia de nada. Gente burra, tão burra, que nem cogita que optar não é ser racional, mas apenas não ser bicho-idiota que come apenas e somente em maré cheia. Como minha irmã - que é esse animal no lugar de gente: que reclama por ser bicho e não ser gente)
Então é disso:
gente morta, gente triste. Gente que se preocupa se está ou não feliz.
Perde-se tempo, erra-se o inimigo e usa-se a boca cheia pra falar d'a injustiça do mundo'.
O mundo é injusto e todas as pessoas decentes sabem disso. A coisa é pior;
é: - quer mesmo que eu acredite que você é tão idiota apenas porque o mundo injusto?
Gente morta do caralho. Que só ve o inferno. Que só vê a escuridão. E que, como não?, exige ser comprendido. - você não vê o inferno e a escuridão por incompetência, tá ligado?
A velha vaidade dos mortos: - eu sofri muito mais que você, sabia?
O sofrimento como virtude...a merda mais velha.
Vampiros que desfilam sem charme, zumbis que passeiam encantados com a descoberta da mariposa albina, lobisomens que 'entram em questão' com a própria sexualidade.
o pior.
os mais afetados.
os menos tristes e os mais sinceros:
a escória,
a ciranda.
E eles e elas e todos estão aí e estão sempre entrando em sua vida. Como sangue-sugas que são. Como idiotas que são. Como bichos de maré que são.
A casa mais linda,
a irmã mais burra
e uma única certeza que ulula:
tudo, menos isso.

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