9 de março de 2011

A vida inteira e todas as jogadas.

A gente pensa muita coisa, imagina muita coisa e isso, em contas pessimistas, acabam por nos fazer mal. Muito sonho pra pouca realização.
E, ao mesmo tempo em que choro por mim, não vejo alguém para seguir. Primeiro porque não gosto de seguidos ou seguidores e depois porque, infelizmente, não acredito em 99% dos entusiasmos que vejo por aí.
Mas eu sou chato e isso é um blogue. Reclamar é parte do lance, seja o doidivana com armários ou o godardcity com listas sobre os piores da MPB.
Reclamo e não exijo cúmplices.
Confesso que considero isso uma virtude. Não preciso de companhia pras minhas merdas e minha decência é fazer com que não virem feeds em atualizações do Facebook.
E nem culpo ninguém além de mim mesmo. Quer dizer... na medida do possível. (Porque, devo confessar, ter um inimigo pode ser o próprio sentido da vida).
Assumir minha solidão tem sido uma tônica. E isso em todos os sentidos: inclusive nos destrutivos. Que seja. Ser egoísta pode ser bem decente. Ou então teria que acreditar naquele abajur que virou hit no youtube e dá lições de otimismo. Ele erra porque vê tudo com bons olhos, em um tirar leite de pedra que apenas revela a cegueira de quem quer - e acha que querer basta - que o mundo tenha sentido. O mundo tem mais o que fazer. Sentido é coisa de gente, não é coisa do mundo.
É uma pena e espero estar errado. Que haja sentidos secretos que eu, em minha tolice, não vejo. Que, quando eu morrer, venha o Chico Xavier ou Jesus ou alguém pra me dizer: perdeu, playboy.
A campanha Rio Sem Preconceito sofre do mesmo mal. Ela esquece que preconceito é coisa de gente e que não pode ser simplesmente eliminado. Preconceitos existem e existirão. O lance, se é que há lance, é não os levar à sério e, muito menos, dar porrada em alguém por conta dos seus preconceitos. Essa campanha reproduz, em certa medida, o radicalismo evangélico que quer nos obrigar a acreditar em Deus - como o já citado abajur que, depois de escrever aqui, fui ver um vídeo e vi que ele fala de sangue de Cristo e outras jogadas...
Então perco o ponto.
É um blogue e perder o ponto é parte da coisa.
Enquanto não for um abajur otimista, um solidário de facebook ou um oportunista circunstâncial, eu me sentirei bem mesmo quando estiver péssimo.
Que me acho bem decente e legal. Não alugo ninguém e nem exijo muita atenção. O que não quer dizer que não existam milhares, e até milhões, de pessoas que vivam bem melhor do que eu.

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