21 de agosto de 2010

O sexo era uma bela distração.

E haviam também as macarronadas de domingo e o Toddy, doce e quente, nas noites de inverno.
Quando chovia fazíamos pipoca.
Tínhamos o costume de dizer "eu te amo" um para o outro, mas nem era o caso.
Era só que namorar há tanto tempo e não dizer "eu te amo" parecia estranho.
A gente dizia:
- te amo.
- também.
Vivíamos bem. Gostávamos de ver os mesmos seriados americanos e o sexo se tornava cada vez mais conveniente.
Só que um dia ela queimou o alho do molho da macarronada. Eu achei sacanagem aquilo. Eu só tinha pedido pra que ela dourasse o alho que o resto eu fazia.
No meio da minha revolta eu a chamei de burra.
Daí foi ela que se revoltou:
- na verdade, eu nem te amo.
Não consegui me segurar:
- eu sei. eu não te amo também. a gente sabe.
O 'a gente sabe' foi desaforo, segundo ela. Berrou:
- QUER DIZER QUE SOMOS HIPÓCRITAS, É?
Nem esperou eu responder. Bateu a porta e nunca mais voltou.
Eu fiquei triste. Acho que ela também.
Mas fazer o que? Tentar voltar?
A gente nem se amava, poxa...

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