9 de julho de 2010

até 7.

  1. É cruel e fatal. De repente vira pó. É como a música infantil. Era vidro e se quebrou. E fico quase chocado. Porque de tão claro e óbvio não poderia ser claro e óbvio. Como explicar? Impossível explicar. O tempo mais preciso do mundo, a coincidência mais surpreendente do planeta. O óbvio ulula e choca. Como um piano que só cairia na sua cabeça naquele exato segundo. Quase um desenho animado.
  2. Ele chorou, mas eu desconfiei. Ele chorou grosso demais. Ele até queria chorar, mas não conseguiu. Eu, alí, pra ele, era seu terapeuta cheio de consolos e soluções. Mas eu não sou seu terapeuta e desconfiei do choro com razão. Tentar chorar é legítimo. Chorar de verdade é outra história. Querer um cúmplice pro próprio choro é ainda mais em baixo. Eu entendi seu desespero, mas dizer pra ele que eu havia entendido isso seria um erro tremendo.
  3. Às vezes me sinto muito hábil. Há o mundo e há eu. A gente se estranha faz tempo. Mas estou no meio da turma e converso com todos. Fico surpreso e me sinto idiota. "É simples porque é besta", é a minha conclusão.
  4. Dançar com garotas lindas e pedir perdão. As mulheres do Século XXI adoram perdões. Elas se sentem femininas ao maltratarem homens. Elas dizem que são livres e mostram os dois dedos que usam para tocar siriricas.
  5. Contra tudo e contra todos, eu resolverei as merdas que eu tenho que resolver. A merda é o aspecto coletivo do maldito teatrinho que eu faço. Minhas migalhas eu garanto. Mas até aí.
  6. Cada vez mais penso em mulatas e negras. Mulatas e negras me parecem perfeitas. Deliro que suas bucetas rosas me trarão a glória da grande trepada que não tenho há a algum tempo. Claro está que todo sexo casual e tacanho é feito em busca cega pela grande trepada. A velha ilusão, afinal.
  7. A bicha gorda berra que precisa se expressar. A bicha gorda se sente estranha e capaz. Diz que gosta de tocar punheta pensando em mulheres mortas. A bicha gorda é um cavalo na minha coluna. Ela - a bicha gorda - me manda um torpedo onde diz eu te amo.

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