25 de maio de 2009

A Maldição do Bem.

Que fique claro. Que sejamos francos. Não por obrigação, mas por prazer.

Porque simplesmente fiz o óbvio. E óbvio pode ser tudo, mas nunca deixará de ser óbvio.

Claro que eu julgo. Meu Deus! É normal, e honesto, julgar! Não confio em gente que não julga! Não confio em quem acha que julgar é feio!

Julgar é simples. E, por que não?, natural.

Requer apenas um mínimo de discernimento: se saímos pro mundo, estamos no mundo e o mundo faz com que julguemos as coisas.

Pode ser um julgamento tímido ou extravagante, tanto faz.

O ponto é que julgar é óbvio - e honesto - na minha não humilde opinião.

Mas essa palavra pega mal: julgar. Julgar. J-u-l-g-a-r.

Lembra -se logo dos chavões que se disfarçam de diversas virtudes:
humildade, beleza, fazer o bem, fazer sua parte, oferecer a face ao inimigo, telefonar pro criança esperança, dar sopa aos pobres, não dizer 'dar sopa aos pretos', não associar os pretos ao crime, não falar preto, mas afro, achar que a suzana vieira é forte, admirar as pequenas ações sociais, valorizar a colheta seletiva, ser contra o desmatamento, crer na função social das novelas, amar ao próximo, participar das passeatas, preservar a água do planeta, fazer sua parte, fazer sua parte, fazer sua parte, tratar todos como iguais, acreditar que todos são iguais, não julgar sem conhecer, não dar esmolas pra não colaborar com a exploração, e por aí vai.

Mas o ponto, se é que há ponto, é que vivemos num mundo bundão. Num mundo onde a omissão virou virtude e a coisa clean pega bem. Tudo muito discreto e elegante, tudo muito sútil e razoável. Mas o clean é frio, a omissão carece de alma e os elegantes apenas seguem têndencias ditadas por revistas ou grupos cult.

Nenhum pau na mesa, nenhuma alma. Nenhum pensamento próprio, apenas sacadinhas e subversões delicadas: o casseta e planeta, as cruzes na areia de copacabana, os vários parceiros sexuais da ivete sangalo, o jô soares e suas meninas, etc.

Bem, o texto está longo e não sei se fui claro.
É mais ou menos assim:

Um comentário:

vovócaipirinha disse...

Fernando, eu não creio em pecado, mas se houvesse, justamente o julgar, seria o maior e não me levaria ao céu, pois faço muito isso. e é feio prá cacete......
Ontem lhe falei que iria escrever no blog, mas não consegui,diz que tenho que ter uma conta no google e não sei como fazer..
Li no umbigo sujo sobre ""
Pau na mesa "" e não sabia o que era, mas quando ouvi a entrevista com a Araci de Almeida, entendi, aquilo não é pau na mesa é pau na c....... Pensou o quê ??? pau na cadeira.....Essa é a vovocaipirinha.... beijos miau.....