14 de maio de 2009

-l-



Morde - se fronhas,
lambe - se cus,
sente amor por gatos, peixes e cachorros.
Dá uma volta na quadra,
olha pro céu,
e repete pra si mesmo
a mesma velha ladainha:
- todos mortos,
todos mortos e tristes,
todos mortos e tristes com um sorriso na boca.
Caveiras também sorriem,
ele pensa
achando que
quem sabe o que
e que agora sim
a coisa vai.
Cinema sozinho na tarde de outono,
uma gorda que lhe masturba com alguma ternura
e não esquecer de anotar que:
olhar pras próprias mãos quando se está bêbado é apenas uma maneira discreta de se lembrar da própria existência.

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