9 de setembro de 2008

é por aí.




Eu também tenho sacadinhas e sei contar um monte de histórias. É claro que eu não gosto de mim mesmo. Pega bem isso de auto degradação. É algo que as revistas masculinas me ensinaram quando eu me masturbava encantado com a espuma de depilação da Adriane Galisteu. Ela mesma, a ex do Ayrton e quase pop nas rodas de teatro, mas deixa pra lá. Nem estou aqui pra fazer fofocas.

É que, as vezes, eu sinto essa pulsão destrutiva. E penso em tudo com calma e caio no erro de ter certeza que eu tenho razão. Não sei explicar. Talvez seja apenas porque realmente me influencio por aquilo que eu leio: 1 - quando li Bukowski compreendi o álcool como modo de vida, 2 - com o Fante descobri que o desprezo pelos outros era necessário para o amor próprio, 3 - as teorias do sexo fizeram eu querer mais do que tinha.
E por aí vai.

Mas isso também não importa. Importa Dn. Terezinha me dizendo: você funciona melhor quando você tá confuso. É, pode ser, nunca se sabe. Dn Terezinha nem sempre emplaca, mas as vezes me provoca com estilo e sagacidade. E isso eu respeito.

No mais deixo a dica do site e um poema do Bukowski. As duas coisas são melhor do que ler esse blogue.
A auto degradação sempre funciona, não é? E as sacadinhas também, pois não?

*

Estilo.

(charles bukowski)

Estilo é a resposta de tudo.

É um jeito especial de fazer uma tolice ou algo perigoso.

Antes fazer uma tolice com estilo, do que algo perigoso sem estilo.

Fazer algo perigoso com estilo é o que eu chamo de arte.

Uma tourada pode ser arte.

O boxe pode ser arte.

Amar pode ser arte.

Abrir uma lata de sardinha pode ser arte.

Poucos têm estilo.

Poucos mantêm o estilo.

Já vi cães com mais estilo que os homens, apesar de que poucos cães têm estilo.

Gatos tem mais estilo.

Quando Hemingway estourou seus miolos, teve estilo.

Há pessoas que dão estilo.

Joana D’Arc tinha estilo.

João Batista, Jesus, Sócrates, César, Garcia Lorca.

Conheci homens na prisão com estilo.

Conheci mais homens na prisão com estilo do que fora.

Estilo faz a diferença.

O jeito de se fazer.

O jeito de ser feito.

Seis garças tranquilas na beira de um lago ou você,

saindo nua do banheiro sem me ver.

3 comentários:

Anônimo disse...

É minha mãe dizia que fazer colcha de retalhos e almofadas c/tiras de malha é que era arte.
Creio que mesmo na sua confusão mental ela tinha razão.

maria rezende disse...

é isso que acho que quero herdar do bukowski: um jeito direto de dizer o que importa, sem sobras, sem tentativas de sofisticação, com esse puta estilo da porra que ele tem!

fmaatz disse...

estilo da porra é a única definição possível.
e mãe sempre tem razão, eu já disse.