Saquei os movimentos daqui de fora. Pensei por que fiz distinção entre o último e o penúltimo. As coisas que interessam são sempre poucas sempre poucas. E olhei pela janela e vi o rapaz: ululava o óbvio com uma cara simpática e semi suja. O legal descolado visto nas festas alternativas e nos cinemas do unibanco trajando casacos listrados e retrôs. Lembrei do lance da persona que li esses dias. O risco de se confundir com a imagem que se projeta.
Me lambi mais um pouco e fiquei olhando as paisagens: casas de hippies, ladeiras de Santa Tereza, móveis rústicos herdados pelo avós italianos e garotas lindas que imitam pin ups. A flora repetida do popcultmoderninho. Gente parecida demais.
Como explicar?
Minha vaidade é ser amigo de A, por exemplo. Ele usa camisas de gola, calças vermelhas e dança nos sambinhas da Lapa. E a gente se encontra pra beber e falamos por horas. Eu volto bêbado pra casa e ele vai pro seu sambinha. Nôs damos bem, mas não somos cópias um do outro.
Nas paisagens que vi era tudo muito colorido e encantador. Belos sorrisos, euforias imensas e amigos íntimos feitos há duas horas atrás. Todos, sem exceção, com casacos listrados e retrôs.
Por isso me acalmei. Prefiro outras paisagens. Com mais decadência é certo, mas também com mais mistura e resquícios daquilo que chamo de alma.
Alma é um treco que se inventa e se desenvolve. Alma não nasce com a gente. Como diz o Tio Jung: ter alma é a ousadia da vida.
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2 comentários:
Opa! Roubei a última frase para mim!
opa. é uma frase que merece ser roubada por qualquer um.
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