Espalho os livros pela casa e acendo os abajures.
Ler tomando Malbec é o cão que treinei para me dar a pata e que me satisfaz toda vez que faz o que ensinei.
Deixo os arquivos abertos, o blogue aberto. Encaro el bigodon por duas ou três páginas e volto ao primeiro G. Marquez não-traduzido.
Meu cão treinado se satisfaz com a minha satisfação e lambe minha mão e mexe seu rabo.
É cômodo viver assim.
Fumo os malditos Gitanes e lembro que até nisso já houve glamour. Não lembro quem começou, mas acho que foi o Camus.
Eu, agora, sou uma bicha gorda que tem um castelo no deserto e que, em noites frias, se sacia com eunucos de 13 ou 14 anos.
O frio promove a elegância e estar longe colabora com certezas antigas e desprezos que têm sua razão de ser.
Troco de livro uma ou duas vezes e releio as coisas antigas.
Imagino Deus, velho e barbudo, achando graça de tudo isso.
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