7 de abril de 2012

A bicha gorda e seu caderno.

Tá assim:
Buenos Aires > 1° dia em minha casa em Palermo. (março/2012)
- Quando se está só, fica-se no balcão. É um belo jeito de se estar só, de se beber só. Lembro de amigos que dizem achar deprimente beber sozinho. Eles não sabem de nada, não entendem de solidão. Não desconfiam que deprimente mesmo é estar sozinho e não beber. Porque a bebida é companhia. E esquenta. E nos deixa tolerante, com as nossas dores, com as dores dos outros.
A bebida amiga fazendo com que menos pessoas se matem, com que menos pessoas matem outras pessoas, com que menos pessoas soquem outras pessoas.
Isso eles não entendem. Talvez jamais entendam.
Tem a ver com solidão.
Com saber que solidão existe.
Tem a ver com não achar que solidão seja um grande problema.
[o cagaregra, o mundinho me abala]
(mesmo dia)
l
-> hum. Será que saí? hum é mó coisa de viado.
Gostar de Fernet é fácil. É amargo, tem gelo e desce bem. Aqui eles insistem em misturar com coca. Deve ter outra mistura. Porque Fernet não foi feito para se beber apenas ele. É bebida de gosto forte e pede algo que suavize. Fernet é, agora, um macho argentino.

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