Agora tenho um espelho e uma balança na minha casa. Olho minha barriga, vejo os três números na balança e penso no tempo que passa.
Quinta Feira conversei com meu bom amigo. Uma sensação velha e confortável de não estar maluco. Porque partilhar agonias e desconfianças melhora a vida. Posso estar só, mas não estou louco.
Conforta saber que existem amigos que não querem a vida apenas como a vida é. Porque essa realidade toda faz mais mal do que bem e porque fugir do esquemão é desejar que a vida não seja essa coisa besta de sobreviver e lutar.
Sobrevivem todos. Amebas, seres uni-celulares, anfíbios, insetos, parasitas, mamíferos. Sobreviver é natural e comum. Não é mérito, não é virtude, não é o motivo da vida.
"Qualquer sombrinha me refresca", me disse ela em um dia inspirado e pensei que a frase era boa e de efeito, mas era apenas isso: uma frase boa e de efeito.
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