essa coisa sem fim e essa ternura. escrevo por hábito e mania. ah, seu eu tivesse culhão de bater no peito e dizer: sou um escritor. como o Mirisola. Mirisola rocks e Deus o proteja. ter culhão é pros poucos que devem ser preservados. mas deixa pra lá.
atualizo e subo meu blogue. coisas pra dizer, mas sem a coisa-verve que faz escrever parecer um milagre. mas teimo mesmo assim. tenho blogue. sou blogueiro. não tenho culhão de ser escritor. não tenho culhão de dizer: sou escritor. culhão e talento, fique claro. como o já citado e deixa de novo pra lá.
então digo. assim: a água bate na bunda. é assim. uma mulher esperta faz isso com ele. ele outro, não eu. ele sabe. a fêmea fatal lhe dá letra precisa e ele sente o arrepio inteiro: da fêmea, da novidade, do fim, do desafio, do risco, da possibilidade do mal, etc. essas coisas. ele sofre. do jeito dele que conheço e posso afirmar: ele sofre. sai rápido e sente o peso da vida. me abandona no meio da cerveja. ele tá certo. ele frita e deve fritar. que frite em paz, eu insisto.
outra: no dia seguinte vi que meu pau sangrou. isso mesmo: sangrou. após 28 anos de convivência duras e moles, ele sangrou pela primeira vez. notei depois. pela cueca manchada de marrom claro. pensei: essa moça me faz o pau sangrar. questionei: o que isso significa? quem é a fêmea que sangra teu pau pela primeira vez? é rainha? é diaba? é louca? é xota-rainha? é o quê? a mulher que sangra meu pau devia ser um título de um belo conto de um puta escritor da pesada. meu pau sangrando. a água do chuveiro causa uma ardência mais dolorida que as ardências passadas.
eu e meu amigo. roupas diferentes, danças diferentes e fêmeas diferentes. elas sempre. terríveis. cheias de coisas que nem eu nem ele ativamos. elas loucas. elas sempre loucas. loucas porque é difícil entender e fácil se encantar. elas lindas. choros e desesperos em peito seu. eu e meu amigo e nossas dores. não se fala sempre, mas nunca deixa de ser entendido. ternura, casamentos, filhos e outros troços.
a vida arreganhada e estranha. sem medo e cheio de medo. porque é o que é, porque reconhecemos as grandiosidades, porque somos dois e, mesmo sem falar, entendemos que há dores intranponiveis.
cada um na sua e um zelo comum e cristão: desejar o bem do próximo.
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