almas generosas que me suguem com uma ternura louca e nunca vista.
Preciso daqueles olhos alucinantes e fundos e cinzas
olhando através de mim,
sabendo de como é simples agradar um fraco.
As pernas abertas, escancaradas, mas delicadas e decididas.
Eu não me interesso por esse sexo de coelho,
por esse orgasmo premeditado,
por esses gemidos que nem de longe lembram uma declaração.
Não me interessa o que você é,
mas o que eu sei que você pode ser,
o que eu vejo quando vejo o que você esconde é que me encanta.
A fêmea entregue, a buceta mãe, o mal humor charmoso,
o ser que pode sugir em boa companhia.
Eu e você, tanto faz,
mas nada que não me mude, que não me altere,
que não me estrague a rotina.
Não quero que as coisas sejam claras e calmas e lentas,
não quero que nada brote depois de agüado.
Eu quero o rompimento brusco,
o desespero real da necessidade de desejo único
e nunca antes vivido e
inédito e terrível e capaz de transformar o próprio sentido inexistente da vida.
O desejo que atravessa a carne e que arranca a alma
à faca, à porrada.
A violência que surge pelo instinto de preservação.
Nada de prazo, nada de conseqüencia, nada de medido.
A força que se tem que fazer para alcançar o infinito,
o esforço o suor o empenho.
A sobrecarga.
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