Dia de chuva e caos no Rio de Janeiro. Acordei, sai com pressa e perdi a viagem. Tudo certo, assumo minha inocência. Algum ódio matinal pela perda de tempo, e pior - quando acordei tava tendo um desses putas sonhos fodões. Essa noite foi toda de sonhos fodões. E às 3:34 me ligaram perguntando se era o telefone da Cleide. Cleide, acho. Resmunguei apenas: tá maluco? Agora, informado do caos, penso na Cleide e espero que já esteja em casa.
No maldito facebook pululam os clichês: "a culpa é do povo e dos lixos nas ruas", "galera, vamos refletir e assumir que somos co-responsáveis" e "isso que dá jogar lixo nas ruas". As explicações bestas e velhas. Automáticas. As pessoas falando a mesma coisa que o prefeito fala pra justificar sua omissão. É um circo. Uma bizarrice. Gente transmitindo consciência pelo facebook é quase um abraço na Lagoa: inútil, porém chamativo. E o que mais me impressiona é o como isso é repetido de boca cheia, como se fosse uma descoberta, uma eureca, uma verdade. Queria ter culhão pra responder à todos que escrevem essas baboseiras. Seria cínico: "olha que engraçado, o E. Paes falou a mesma coisa." ou "realmente, o único culpado é o lixo nas ruas. Sem lixo nas ruas o mundo seria perfeito e feliz."
Mas não tenho esse culhão e sou discreto.
Na cbn a merda velha e gente mandando 30 mil mensagens que dizem exatamente a mesma coisa. O inferno, mas o inferno conhecido e sem surpresas. O inferno flat, o inferno lounge. O diabo não existe e é apenas um boi vermelho de patas invertidas num desenho animado na TV Xuxa. Nem medo dá pra ter.
6 de abril de 2010
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