30 de março de 2010

A verdade é que sou cristão.

É uma gente muito chata.
E, pensando bem, não quero fazer novos amigos. Basta o orkut, o facebook e sua horda de solitários. Eu tô ativo lá e, portanto, também sou um solitário. Se não desejo novos amigos é apenas porque não quero e nem acredito.
Ah!, esses amigos intensos de meses. A intensidade cheia de carinhos infinitos porque tem prazo de validade e passagem de volta marcada. Assim é fácil. E fácil nem sempre é bom. Assim como o difícil não garante nada.
O mundo tem mais sutilezas do que o não e o sim - pra minha desgraça.
Seja como for, eu volto. Eu mesmo, meu terror e minha glória, o único que posso ser. O que, infelizmente, jamais me impediu de fazer merda ou de mentir. Eu mesmo - meu egoísmo sem se importar com fidelidades de conveniência.
Repito: é muita gente chata.
Quando decido por mim e meu umbigo é isso: chato por chato, sou mais eu. Convivo há 28 anos comigo e sei da minha própria chatice. Eu driblo, sou goleiro e artilheiro ao mesmo tempo. Bem melhor e bem menos desgastante. Nada de procurar sentido em frases ditas por outrem.
(Ah, a liberdade. A liberdade e sua ilusão. Discursos sobre liberdade que provam o contrário. Ah, o grito. Comovente e frágil como todo grito. A força do grito provando o contrário. O grito de verdade deveria ser mudo. Ah, o amor. O desejo dele e a confusão. Ama à alguém ou ama ao amor? A incapacidade de amar revelada em números 'eu te amo')
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Tô lendo M.M e acho que ele me faz mal. Entendo toda raiva e desilusão que M.M sente. Como se me soprasse verdades antigas.
A gente é um cuzinho muito medroso. Inventamos desculpas pra enfrentar o tédio, a morte e as dores em geral. Como se houvesse pau - ou buceta - capaz de trazer a redenção. Como se houvesse redenção.
(E vislumbro que os neo-modernos considerarão "redenção" uma simples invenção católica. Garanto que me acusarão de tacanho e moralista. O que os neo-modernos não entendem é que a "invenção católica" não inventou nada que não existia, apenas se aproveitou das loucuras e pavores que já rondavam nossa espécie. Assim como não entendem que, dentro do cérebro, a invenção e a realidade acionam as mesmas áreas.)
Então leio ainda mais o M.M e o acompanho. Seus caminhos tristes e sua falta de auto indulgência. Ele é um cara cruel, é óbvio. Mas também é cruel consigo próprio. Ele cospe na própria cara e sofre com/por seu próprio cuspe. Há qualquer coerência nisso que me encanta.
E sei que me engano aqui também, mas tanto faz. Melhor se enganar do que mudar quem você é por ter medo de se enganar. Que a enganação seja inteira e completa.
Mentira boa é longa e bem elaborada. Tende, inclusive, a ser confundida com a triste verdade.

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