Enfiar o pau naquelas carnes e perder a cabeça. Perceber a taquicardia que aumenta e arriscar a morte precoce. A gente morre, você sabe. A maldita borrachinha separando as carnes.
Deus, por que a maldita borrachinha? Não foi teu Filho que morreu para nos salvar? Só Ele não era suficiente? Tinha mesmo que nos obrigar à borrachinha?
Ele sabe que com borrachinha se dificulta o acesso à alma. E alma é coisa rara, a gente sabe. Caçar almas com o pau. É arriscado, eu sei. As vezes um resquício de alma surge e confunde a cabeça da gente.
A alma, bom Deus, a alma. Aquele treco que quando aparece não se duvida. O meu encanto pelo lampejo do olhar após aquele beijo roubado passa por aí. Mas é ali, entre as carnes, que a alma pode se manifestar inteira e perigosa, ameaçadora como um fantasma. A alma armada com mil facas e pistolas no velho oeste. Ela pode te matar. Você sabe que ela pode te matar. Mas ela não te mata e até o contrário.
Sem faca e sem pistola a alma é ainda mais perigosa.
As agonias que habitam o corpo e a mente sendo concentradas ao longo da espinha numa fila de formigas, borboletas, lagartos e joaninhas.
O orgasmo, bom Deus, o orgasmo.
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