16 de janeiro de 2009

^^

Converso com a minha amiga F.
Muitos pontos em comum e bastante consolo nesse fato. Varamos a noite. É bem bom varar a noite assim, como a muito tempo não fazia. A gente também ri das nossas desgraças. Temos algum humor e fazemos um acordo que, mesmo dividindo dores e angustias, não seremos vampiros um do outro. Nós dois rimos porque não gostamos de vampiros. Nós dois rimos porque temos medo de virar vampiro.
Ela com as suas coisas e eu com as minhas. Uma delicadeza possível e sem compromisso. A gratuidade de uma ternura que se inventou. Com cartas, com esforço e com conselhos. Sem duplo interesse, sem falta modéstia, sem medo.
O dia começa a nascer e pescamos de sono deitados na cama. Eu comento pra ela sobre as imagens que surgem pouco antes de eu dormir: fileira de formigas, colher a caminho do pote, etc.
As 7 da manhã ela se vai. Vai viajar pra ver os dela. O ônibus sai as 9 e 1/2 e as 13:30 almoçará com o lado da família que ela nem aprecia tanto assim.
Acho que ela entende um pouco da vida. Assim como eu.
Felicidade, pra mim, passa por aí: sem grandes euforias, mas com uma cumplicidade que abranda os nervos.

Um comentário:

Anônimo disse...
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