Eu vejo as pessoas e me dou por satisfeito.
Saio, dou uma rodada, vejo um ou outro maluco que me dão trela e reparo que tem uma moça bunduda que olha pra mim como se eu fosse um objeto curioso. Eu entendo ela, eu também olho pros outros assim. Não se trata de tesão, mas de olhar gente como se fosse objeto.
Entendo porque eu olho pros outros assim, mas não entendo porque poderia ser olhado assim. Não por nada, mas porque sou mais comum. Uma barriga grande e uns olhos perdidos. Penso que talvez sejam meus óculos que são grandes demais e me fazem parecer sei lá o quê.
E eu vejo toda essa gente e o microfone aberto e me sinto bem. E gosto ou não gosto do que as pessoas fazem, mas mesmo assim repito pra mim enquanto vejo aquilo: é isso, a vida também acontece fora do meu apartamento.
E chego em casa e tomo a saidera e escrevo aqui e me dou por satisfeito. Não antes de lembrar do cara da cerveja:
- Vê uma cerveja?
- Porra...acho que acabou a grande...(ele caça uma no isopor)...aqui.
- A última...!
- A última não! A saidera!( tempo) A gente não vai morrer agora, vai?
- Tá certo....
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